"Santas as visões, santas as alucinações, santos os milagres, santo o globo ocular, santo o abismo." (Allen Ginsberg)

11.10.06

voando para casa

Antes de nacer é preciso calor & paz para que a vida se forme tranquila. Depois amor & paciência para acompanhar ao mesmo tempo o ritmo de aprendizagem de cada um dos filhotinhos, sem se irritar ou dar mais atenção a um que ao outro. Ensinar. Repetir. Ensinar. Sem desistir. Ensinar. A juventude é rebelde porque tem pressa em conhecer o mundo, tem pressa para transformar o que, acha, precisa ser mudado. Divertir-se durante o processo é indispensável. Múltiplo intercâmbio, a aprendizagem é recíproca. Ensinando aprende-se, nem que seja aprender a beleza de ver a cria dar certo sem necessariamente estar fazendo o que se sonhou para ela ou para si próprio. Para fazê-los voar é essencial deixá-los voar. Quando estiverem maduros só eles próprios saberão o momento porque ninguém, nem mesmo os pais, pode estar dentro deles mesmos para saber. Quando estiverem prontos é de se respeitar o vôo dos filhotes, mesmo que este vôo pareça vacilante - de tão novo e inexperiente. O primeiro vôo é o mais lindo. Todo vôo é único. Os filhotes jamais deixarão de ser aquelas pequeninas e meigas criaturas aos olhos de quem as criou, de quem as viu crescer. Mas não mais seguirão cegamente e de boa vontade os passos do professor. Darão seus próprios passos, alçarão vôos inéditos para, quem sabe, depois retornarem felizes e exaustos "indo de volta pra casa". texto . matheus só imagem . Fly Away Home (de Carroll Ballard, EUA, 1996)

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