"Santas as visões, santas as alucinações, santos os milagres, santo o globo ocular, santo o abismo." (Allen Ginsberg)

7.5.07

laranja mecânica

I
Questões duras e profundas. Na realidade, é muito simples: nós apenas passamos uns filmes para você. Ser assim só como ir ao cinema. São filmes muito especiais. É engraçado como as cores do mundo real só parecem realmente reais quando a gente videa elas na tela.
II
Então, irmãos, começou. Ah, benção, benção dos Céus! Fiquei deitado, completamente nagói, olhando pro teto o gúliver sobre as mãos no travesseiro, os glazes fechados, o róte aberto em beatitude, esluchando o esguicho de lindos sons. Ah, era o belo e a beleza feitos carne. Os trombones mastigavam ouro debaixo da minha cama, por detrás do meu gúliver, os trompetes lançavam chamas de prata em três direções e lá, perto da porta, os tímpanos rolavam por dentro das minhas tripas e tornavam a sair, mastigados como um torrão de trovão. E então, pássaro do mais raro tecido de metal celeste, ou como vinha prateado correndo numa espaçonave, a gravidade transformada agora em absurdo, veio o solo de violino, por sobre todas as outras cordas, e essas cordas eram como que uma gaiola de seda em volta da minha cama. Depois, a flauta e o oboé perfuraram, como se fossem vermes de platina, o espesso, espesso torrão de ouro e prata. Pê e ême, no quarto de dormir ao lado, já tinham aprendido a não bater na parede se queixando do que chamavam de barulho. Eu tinha ensinado a eles. Agora eles tomavam pílulas pra dormir. Talvez sabendo da alegria que eu sentia com minha música noturna, eles já deviam ter tomado. Enquanto eu esluchava, meus glazes bem apertados pra trancar do lado de dentro a beatitude que era melhor do que qualquer Bog de sintemesque, eu via imagens lindas. Tinha véques e ptitsas, tanto jovens quanto estarres caídos no chão, gritando por misericórdia e eu esmecando o róte inteiro e moendo os litsos deles com a bota. E tinha devótchcas rasgadas e crithcando contra as paredes e eu metendo nelas como uma chilaga e, realmente quando a música, que tinha só um movimento, chegou ao topo da sua torre mais alta, então eu [FALTA ALGUM TEXTO] gritei aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh de beatitude. E a linda música deslizou para seu término cintilante.
III
Alguns de nós temos que lutar. Há grandes tradições de Liberdade a defender. Eu não sou um homem de Partido. Onde eu vejo infâmia, tento apagá-la. Nomes de Partido não significam nada. A tradição de Liberdade significa tudo. As pessoas comuns deixam passar, ah deixam. São capazes de vender a Liberdade por uma vida mais sossegada.
A clockwork orange de Stanley Kubrick, Inglaterra, 1971
texto . A clockwork orange, de Anthony Burguess

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

foda esse filme!
todo colorido!!
me surpreendeu pra melhor!!!
iarbos!



.ana.

7:59 PM

 

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