"Santas as visões, santas as alucinações, santos os milagres, santo o globo ocular, santo o abismo." (Allen Ginsberg)

7.3.08

Maria Antonieta

Como não ser superficial com tantas coisas finas e lindas ao redor, quando todos à volta parecem ter sido criados para servir? Como buscar um aprofundamento na vida e adquirir uma certa densidade? Sofrendo? Deitando na relva e experimentando como é grande e bonita a natureza? Dando prazer aos outros? A um? A dois? A mais? A quantos? Nem me chamaram pra orgia? O pop é pop: Maria Antonieta usava all star e escutava pós-punk quando ambos ainda nem existiam! Nada mais vanguardista... O amanhecer, meio que de ressaca, do Fellini sempre existiu. Este é eterno - a vida é doce.

"Ah! O diadema! Sou a rainha! Flamejo como coroa alta que sou. Os reis me usam em forma de capuz papal triangular. As princezinhas enfeitam com delicados diademos o rostinho fresco, inocente, mas capaz de crueldade. Maria Antonieta coroada e linda, meses antes de ter a cabeça decepada e rolada no chão da rua, disse alto e cantante: se o povo não tem pão porque não come bolo? E a resposta foi: allons enfants de la patrie, le jour de glorie est arrivé. O povo devorou o que pôde e comeu jóias e comeu lixo e gargalhou. Enquanto isso o rosto branquíssimo de Maria Antonieta mostrava silêncio de pérola na cabeça sem cabelos e sem pescoço."


imagem . Marie Antoinette, de Sofia Coppola, EUA/França/Japão, 2006

texto l . Matheus Matheus

texto 2 . Clarice Lispector


visite o site! http://www.sonypictures.com/homevideo/marieantoinette/index.html

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1 Comments:

Blogger ana f. said...

como disse matheus matheus, "trans é sempre pós".

10:26 AM

 

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