Dançando no Escuro

A rotina dos transeuntes ao meu redor se repetindo se repetindo se repetindo e eu aqui, me reestreando constantemente, cantando e dançando sem saber aonde piso.

Minha letra: meu piso, meu canto e minha dança. Ignorante daquilo que não me interessa. Forte, mas a mercê do ocaso: desgraça ou bem aventurança. Um ou outro. Nunca os dois ao mesmo tempo ou nenhum.

Crepuscular gradativo: perder a visão normal sobre as coisas comuns e ganhar outro dom - o de enxergar o fantástico em tudo que poderia parecer corriqueiro. Nada é normal, sua vida pode até ser um musical. Ainda que seja um musical triste, pesado, denso e maquinal como a época em que você vive. À beira do fim do mundo. Modern Times versus Harry Potter. Quem vai ganhar é o espectador? Ainda que seja um musical melancólico e pessimista, é belo ao extremo.

Lágrimas vindo aos olhos... Ainda somos humanos! Tremor de nervoso ou de emoção... Ainda não nos tornamos completamente digitais/virtuais - ainda há um lado analógico que às vezes emperra. E isto não é mal. Chama-se persistência.

E este atrevimento pode ser punido severamente pela Polícia do Pensamento.

"Situado nos Estados Unidos de 1964, "Dançando no Escuro" se concentra na história de Selma, uma imigrante tcheca que está ficando cega e trabalha na fundição de uma pequena cidade americana para poder pagar a operação de sua filha, futura vítima da mesma doença hereditária. Há constantemente um sentimento de violação emocional. Os números musicais do filme funcionam tanto como crítica à alienação do cinema de entretenimento, quanto como homenagem, comentando a ação da história. Grande vencedor em Cannes, levando a Palma de Ouro de melhor filme e o prêmio de interpretação para a cantora islandesa Björk."

imagens . Dancer in the Dark ou O Filme da Björk, de Lars Von Trier, Dinamarca/Suécia/França, 2000

texto 1 . Matheus Matheus

texto 2 (sinopse) . Cineclube UFMG, agosto de 2005