velvet goldmine

I (O pop astro) As histórias, como as ruínas antigas, são a ficção dos impérios. Tudo o que é esquecido permanece em sonhos obscuros do passado, ameaçando sempre voltar. Os adultos dizem que a infância é a época mais feliz da vida. Mas até onde podia se lembrar, Jack Fairy não pensava assim. Até um misterioso dia em que Jack descobriu que em algum lugar havia outros como ele, escolhidos para um grande dom. E, um dia, todo o repulsivo mundo seria deles. II (Um beijo, um amuleto roubado) (Ao som do tema de abertura de Billy Elliot) Tempos, lugares, pessoas. Estão todos se apressando. Assim, para acompanhar essa paranóia evolutiva, são escolhidas pessoas estranhas que, através de sua arte, fazem o progresso andar rápido. III (No cume dum prédio, as três da madruga) Só agora, olhando para trás, vejo como você transpôs minha muralha e entrou em minha vida em ondas. Aproxime-se. Não tenha medo. Qual é o seu nome? Sua cor predileta? Música, filme? Não fique aflito. Faça um pedido e veja a sim mesmo no palco, às avessas. Um emaranhado de guirlandas no cabelo. Você está agradavelmente surpreso. Suavemente ele disse: vou deturpar sua mente. IV (Quase gran finale) Ele chamava de liberdade. Uma liberdade que você pode se permitir ou não. V (Créditos finais) Veludo lilás. Veludo verde-musgo. Veludo roxo. Veludo azul. Veludo bonina. Veludo vermelho-violino. Veludo negro. Veludo verde-limão. Veludo vermelho-pina-bausch. Veludo azul-clarice. Veludo vemelho-glande. Veludo negro. Veludo alvo. Veludo preto manchado de líquido branco. Veludo bonina-banana. Veludo subterrâneo. Veludo do meu ouro. Agora o barulho é meu. O céu do underground é o chão.

imagem . Velvet Goldmine, de Todd Haynes, Inglaterra, 1998

texto . Velvet Goldmine, exceto texto V, de Matheus Matheus